segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Os desafios da Gestão de Risco

O cenário atual apresenta inúmeros desafios para as organizações de saúde, principalmente no Brasil, que é apontado como sendo o segundo maior mercado de saúde privada do mundo pela (OMS).
Esses desafios podem ser traduzidos em ameaças, como o incremento das operações de fusões e aquisições que induzem a uma tendência de consolidação, o aumento da concorrência pela entrada de novos players ou ainda a escassez de mão de obra qualificada. Porém, desafios também podem sinalizar oportunidades, como ascensão social que provoca maior demanda por público que até então não faziam parte do mercado alvo de empresas privadas,ou ainda o aumento da expectativas de vida e a maior demanda por serviços de medicina preventiva .
A visão de oportunidades e ameaças obtidas a partir da avaliação das tendências do mercado reflete um dos  princípios do processo de gestão de Riscos. Definir e implantar as estratégias para tratar essa dicotomia podem representar a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma organização.Entretanto,para se chegar a esse resultado , é preciso dispor de infraestrutura e de metodologia adequadas.
Para compreender os requisitos de uma adequda infraestrutura para o processo de gestão de risicos.De acordo com a literatura técnica (a exemplo da norma ISO 31000), a definição de risco está diretamente associada à incerteza sobre o alcance dos objetivos de uma organização. Sendo assim,fica claro que para gerenciar riscos, é preciso, antes de qualquer outro passo, estabelecer quais são os objetivos.
A grande dificuldade para o setor de saúde é que ,apesar de representar parte significativa da economia ,com movimentação financeira que corresponde a aproximadamente 8 % PIB ,o desenvolvimento dos processos de gestão operacional e estratégica das organizações  públicas e privadas de saúde tem sido desproporcional ao montante financeiro que estas operam. Poucas organizações de saúde possuem objetivos claramente estabelecidos, traduzidos em metas quantitativas e qualitativas acompanhadas tempestivamente. Não é possível conceber um processo de gestão de riscos sem considerar a clara definições de objetivos, o que tecnicamente denominamos cadeia de valor. A célebre afirmação ‘”para quem não sabe para onde vai,qualquer caminho serve”, reflete bem esta interpretação.
Por outro lado, o sucesso do planejamento dependerá de um mapeamento criterioso dos eventos que podem comprometer essa cadeia de valor e da capacidade de gerenciar e responder a esses eventos adequadamente. Nesse aspecto, a incapacidade de prever tais eventos, que denominamos riscos, e definir uma estratégia de resposta, que pode ser representada por controles, é o principal desafio da gestão de riscos. O desafio é agravado pela diversidade de eventos, cujas naturezas podem variar entre riscos estratégicos, operacionais, financeiros e regulamentares.
Muitos desses eventos são provocados por falhas operacionais em processos inadequados , devido a fatores como:
1)     Falhas no desenho ou operação de controles internos.
2)     Técnicas de controles manuais (ex: planilhas eletrônicas).
3)     Sistemas de gestão informatizados não aderentes às necessidades operacionais ou não seguros.
4)     Ausência de normas e limites de alçada definidos.

Neste contexto, podemos afirmar que a ausência de um direcionamento claro e divulgado para o alcance dos objetivos (lei-se “planejamento estratégico” e “ metas mensuráveis”), o desconhecimento dos eventos que podem comprometer o alcance dos objetivos e como responder a esses eventos( leia-se “infraestrutura de gestão de riscos”) representam uma deficiência de gestão que pode representar a diferença entre o sucesso e o fracasso da organizqação, devendo ser objeto de dedicação de esforços e recursos das instituições de saúde.

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