quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Beneficência planeja elevar receita com serviços privados

Com 60% do atendimento destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS), a Beneficência Portuguesa está avançando em sua estratégia de captar recursos por meio de planos de saúde e pelo seu hospital premium, o São José, para cobrir a defasagem do repasse do governo, que paga apenas 40% das despesas médicas da Beneficência Portuguesa.
Nesse sentido, a Beneficência planeja construir uma nova torre para o São José - hospital inaugurado em 2007 com a finalidade de ter seus rendimentos revertidos para cobrir as despesas da própria Beneficência. O novo prédio terá entre sete e nove andares e será exclusivamente oncológico. O valor do investimento ainda não foi fechado, uma vez que estão sendo realizados estudos de viabilidade econômica do empreendimento, que poderá captar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nos últimos cinco anos, o superávit da Beneficência Portuguesa caiu de R$ 59 milhões (US$ 30,6 milhões) para R$ 6,5 milhões (US$ 3,7 milhões) - mesmo com a receita aumentando cerca de 40% no período.
Diante da queda constante na última linha do balanço, o sétimo filho do empresário Antonio de Ermírio de Moraes - que comandou a Beneficência Portuguesa por cerca de 40 anos - viu que não era mais possível esperar um reajuste maior na tabela do SUS. "No apagar das luzes do governo Lula, foi criada uma portaria que torna a vida das filantrópicas da saúde ainda mais difícil. Agora, 60% dos procedimentos médicos precisam ser internação", diz Rubens de Moraes.
Em 2009, Rubens iniciou um programa de investimentos de R$ 160 milhões (US$ 100 milhões), sendo que R$ 70 milhões (US$ 43,8 milhões) já foram aplicados. Trata-se do maior aporte destinado à infraestrutura da Beneficência já realizado na história do hospital, fundado em 1853. Entre as melhorias, estão a modernização dos apartamentos e do pronto-socorro, entre outras áreas. A ideia é atrair pacientes de planos de saúde que representam 30% no volume de atendimentos, mas respondem por 66% da receita, que somou R$ 482,3 milhões (US$ 274 milhões) no ano passado.
Como a Beneficência já está com uma taxa de ocupação de 75% e o São José já conta com 85% dos leitos ocupados, a estratégia é expandir o São José com um plano de ação bastante agressivo. O São José "tirou" do Sírio-Libanês médicos medalhões da área de oncologia como Carlos Buzaid, Fernando Maluf e Riad Younes. "Nossa taxa de ocupação no ano passado era de 50%. Com a nova equipe de oncologistas, aumentou para 85%. Por isso, estamos planejando um prédio só para oncologia", explicou Julio Braga, superintendente do São José, ex-executivo do Hospital Sabará e da Medial

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