domingo, 25 de dezembro de 2011

Mudança de Comportamento

Alguns estudos na área de saúde deste ano traz um dado,no mínimo, chocante:no passado, temas como profissionalização da gestão, investimento em tecnologia e padronização dos procedimentos, só  para citar alguns,não estavam entre as prioridades dos gestores de saúde. Hoje, são considerados de boa importância pela maioria dos hospitais.
Esta visão de negócios mais apurada tem aproximado as instituições de saúde das boas práticas de setores mais desenvolvidos da economia. Iniciativas como avaliação de satisfação dos clientes, programas de incentivo aos funcionários, governança corporativa e uso de tecnologia de forma estratégica tiveram seu uso ampliado no mercado hospitalar nos útimos anos.
Porém,para boa parte das instituições , o caminho a percorrer é longo: 25% das instituições não possuem  nenhum tipo de acreditação e 20% estão em processo de adquiri-la, 6% não conseguem manter uma boa ocupação de seus leitos , com índices máximos de 60 % ante 85% considerados idéias pelo mercado, e 25% investem apenas R$ 25 mil por ano em Marketing. Na outra ponta, já há organizações com faturamento superior a R$ 1  bilhão, acreditação  internacional e práticas de governança corporativa consolidadas.
O aquecimento do mercado de assistência médico-hospitalar e a concorrência acirrada, no entanto, devem acelerar as mudanças e estimular o equacionamento destas instituições no que se refere à gestão: é impossível imaginar que um setor que estima crescimento sempre acima da média da economia brasileira vá conseguir obter resultados tão significativos, sem apostar fortemente em profissionalização, controle de custos e busca constante por eficácia e efetividade.
Todos os caminhos apontam para esta direção. Cabe agora aos gestores organizar-se, estabelecer metas e correr atrás dos objetivos, superando os obstáculos já muito conhecidos e discutidos .
Aproveito para desejar um Feliz Natal com muita saúde e esperança que 2012 seja um ano repleto de realizações e sucesso. Agradeço a companhia e parceria de todos que visitaram o blog e que no próximo ano possamos continuar compartilhando os conhecimentos e informações desta área tão complexa mas tão gratificante que é a Gestão de Saúde.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Gestão da cadeia de suprimentos integrada à tecnologia da informação

 
Os hospitais são certamente a forma mais complexa de organização humana que nos propomos a administrar.
Sua complexidade inicia-se pela natureza de sua missão. Tecnicamente, um hospital é um prestador de serviços, mas é grande a distância entre salvar vidas e as outras atividades do setor de serviços.
Por conseguinte, o seu supply chain management (SCM) tem que ser desenvolvido para agregar valores acima da média em relação às outras modalidades de prestação de serviço.
A criticidade da maioria dos medicamentos e materiais geralmente é alta, não sendo permitida a demora na entrega ou mesmo a falta de uma gama de medicamentos que são imprescindíveis para os tratamentos realizados.
A análise das ferramentas de TI disponíveis para a formulação de supply chain management, permitindo uma integração maior com os fornecedores quando necessário, maior transparência, melhores resultados e satisfação dos clientes internos e externos é a chave para alcançar o sucesso pretendido.
Com a maior comunicabilidade proporcionada pelas ferramentas de TI, aumenta a chance de reduzir a desconfiança característica do relacionamento comercial, podendo-se com isso estabelecer um novo paradigma de relacionamento permitindo o estabelecimento do SCM.
Por outro lado, é de suma importância também determinar a eficiência da força do comprador na negociação com os fornecedores, baseados nas cinco forças competitivas de Porter.
As ferramentas de TI determinam uma grande vantagem competitiva na medida em que aumentam a eficiência e a eficácia do SCM.
O leilão reverso pela internet impõe-se como ferramenta de primeira escolha no caso de compras com características de informação estruturada, ou seja, que permitem uma parametrização adequada, pela sua facilidade de implantação, transparência e resultados obtidos, sendo utilizada como parte de uma estratégia que culminará com a implantação plena do SCM.
A utilidade do leilão reverso é primeiramente aumentar a base de fornecedores e, com um conselho gestor, podermos avaliar e escolher com quais fornecedores iremos desenvolver o SCM. Também aumenta a força do comprador num primeiro momento, determinando uma significativa queda dos preços antes do início das negociações. Por último, ter uma plataforma que permita agilidade em compras para as exceções e também, caso tenhamos que rescindir o contrato de SCM, para a troca de fornecedores.
Numa análise do metamercado hospitalar, podemos ter idéia do desafio que é estabelecer rotinas para o desenvolvimento de um supply chain management eficiente nessa área.






A cultura relacional entre fornecedores e hospitais em muitos casos é baseada na desconfiança e controle; em vários casos justificada pela ausência de confiabilidade por parte da rede hospitalar no cumprimento de prazos, qualidade e preços.
As ferramentas da tecnologia da informação impõem-se como fortes aliadas para o sucesso dessa missão.
Com o ferramental de TI, podemos ter planos de ressuprimentos feitos com maior rapidez, compras em tempo curto com preços e prazos melhores e a mesma ou melhor qualidade.
Vantagens competitivas podem ser obtidas por meio do suporte da tecnologia e sistemas de informação, de modo que amplie a capacidade de uma organização em lidar com clientes, fornecedores, produtos e serviços substitutos, e novos competidores no mercado.
A rapidez da evolução é uma forte característica da tecnologia da informação. Em poucos anos foram desenvolvidas várias ferramentas que, isoladas ou em conjunto, auxiliam o supply chain management eficiente.
Pois na gestão da cadeia de suprimentos o foco é a integração de cada componente, com maximização da eficiência determinando maior satisfação do cliente e conseqüentemente o aumento do market share.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Participação privada no SUS

O Estado Brasileiro vem estabelecendo, em anos recentes, um novo padrão de intervenção no setor de saúde no país, em busca de melhores resultados para a saúde da população e maior eficiência de sua gestão. Pode-se dizer que todas as modalidades privadas e públicas de prestação de serviços de saúde estão sendo afetadas pelo envolvimento do Estado na sua regulação e financiamento. Em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS), essa intervenção está claramente delineada num conjunto de iniciativas por parte do Ministério da Saúde que visam a aperfeiçoar o desempenho dos seus serviços mediante o planejamento conjunto e a realização de acordos que contemplam metas e indicadores a serem alcançados pelo grupo dos agentes públicos e privados que integram esse sistema.
O quadro seguinte apresenta uma visão panorâmica dos componentes SUS e não-SUS do sistema de saúde brasileiro, de acordo com a participação do Estado no seu funcionamento. Vê-se que é bastante extenso o leque das intervenções de Estado, que vai desde os programas assistenciais mantidos por estabelecimentos privados não lucrativos até às entidades privadas que gerenciam planos e seguros de saúde. Variados são os agentes institucionais envolvidos e as formas de participação do Estado em relação a cada um deles.

Componentes do Sistema de Saúde e principais formas de intervenção do Estado Componente

Agentes

Intervenção do Estado

Assistência ambulatorial e hospitalar do SUS

Secretarias de Saúde

Planejamento, financiamento, gestão e pactuação federativa

Programas Saúde da Família e de Agentes Comunitários de Saúde

Secretarias de Saúde

Planejamento, financiamento, gestão e pactuação federativa

Assistência à saúde em caráter complementar ao SUS

Clínicas e hospitais privados não lucrativos, especialmente
Os filantrópicos

Convênios e contratos para assistência aos usuários do SUS; isenções fiscais e previdenciárias

Assistência comunitária à saúde

Entidades do terceiro setor

Subvenções públicas e parcerias

Sistema suplementar de
assistência à saúde

Entidades gerenciadoras de
planos e seguros de saúde

Regulação de ajuste de preços; ressarcimento ao SUS; incentivo fiscal aos beneficiários

Assistência à saúde em
regime de livre demanda

Clínicas e hospitais privados; profissionais liberais

Regulação pelos conselhos
Profissionais, que têm caráter paraestatal;
deduções fiscais para clientes



Notável por sua amplitude e magnitude, esse conjunto de ações de intervenção por parte do Estado brasileiro, contudo, só pode ser justificado desde que alcance resultados positivos em termos de benefícios para a população, com coerência enquanto política pública, devidamente orientada por critérios de eficiência. Ignora-se, na verdade, se esse desiderato está sendo atendido e em que medida. Falta uma avaliação adequada de resultados e, em muitos casos, falta consenso sobre quais deveriam ser as prioridades de proteção social e os direitos de consumidor a serem garantidos pela intervenção do Estado em cada um desses segmentos envolvidos com a assistência à saúde.
No âmbito do SUS devem ser destacados certos avanços obtidos nos últimos dez anos na institucionalização das relações do Estado com agentes públicos e privados, quais sejam:
           A adoção de formas de pactuação ou de contrato de gestão com entidades públicas e privadas, permitindo maior autonomia dos agentes e melhor acompanhamento de seu desempenho;
           A ampla municipalização dos serviços básicos e hospitalares do SUS, acompanhada da difusão da estratégia assistencial do Programa Saúde da Família (PSF);
           A emergência de um setor moderno de entidades gestoras sem fins lucrativos, que, embora ainda em forma incipiente, organiza ações de saúde e gerencia unidades de saúde do SUS em parceria com o Estado, as Organizações Sociais (OS) e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP).
A Lei Orgânica do SUS (Art. 24) estabelece que a participação complementar por parte da iniciativa privada é necessária em face de situações de insuficiência da capacidade instalada do setor público em determinadas áreas geográficas: Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde - SUS poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
Assim, o motivo original da participação privada no SUS encontra-se na possibilidade de o Poder Público poder oferecer, na vastidão e diversidade do território nacional, uma mais completa cobertura assistencial da população, atuando através de intermediários. Com efeito, a participação privada ajuda a aumentar significativamente a capacidade de prestação de serviços por parte do SUS. Uma razão importante para isso é que o setor privado desfruta de grande capacidade instalada para a realização de serviços de saúde, especialmente em hospitais.
A portaria GM/MS Nº 399/2006 reforça esse preceito e estabelece requisitos de planejamento local na efetuação de contratos ou convênios com entidades privadas, como se pode ler no seu artigo 2º: quando utilizada toda a capacidade instalada dos serviços públicos de saúde e, comprovada e justificada a necessidade por meio de Plano Operativo da rede própria, o gestor poderá complementar a oferta com serviços privados de assistência à saúde.



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Gestão por Competências nos Hospitais


José Renato Condursi Paranhos
Podemos afirmar que gerir pessoas é uma ciência em constante evolução e repleta de desafios. Neste contexto, um modelo que vem se tornando cada vez mais notório nas organizações de Saúde é a chamada gestão por competências, na qual o objetivo principal é melhorar o preparo dos colaboradores em busca de maior produtividade e adequação ao negócio valorizando assim o capital intelectual da organização.
Com base nesta premissa, gerir competências significa coordenar e incentivar os colaboladores a reduzirem os gaps (necessidades de melhoria), saber o que eles são capazes de executar (competências atuais) e entender o que a empresa espera deles (competências requeridas).
O termo “competência” pode ser representado por três propriedades correlacionadas, resumidas na sigla C.H.A. – Conhecimento, Habilidade e Atitude. O conhecimento refere-se à assimilação de informações que a pessoa cumulou no decorrer da vida e que causam impacto sobre seu julgamento ou comportamento – o saber. Já a Habilidade refere-se à aplicação produtiva do conhecimento – o saber fazer. Por fim, a Atitude refere-se à conduta da pessoa em situações distintas e na sociedade – o agir.
Para exemplificar a aplicação deste conceito em uma organização, vamos imaginar que numa escala de zero a dez, a sua habilidade em “Negociação” seja seis, e, supondo que o grau mínimo requerido pela empresa seja dez, podemos afirmar que você tem um gap de valor quatro nesta competência.
Com base nesse resultado, e, juntando-se os resultados de outras técnicas de análise de desempenho como o Feedback 360º, cria-se um plano de redução de gaps, através do qual a empresa vai sugerir como e quando esses gaps serão trabalhados. O intuito é aprimorar as competências existentes de maneira alinhada aos objetivos estratégicos da organização, através de um plano de desenvolvimento profissional individual.
A implementação da gestão por competências não é complexa, porém requer alguns métodos e instrumentos específicos. Ter a missão, visão, valores, objetivos estratégicos, e processos bem definidos são alguns dos passos fundamentais para a sua adoção.
Cabe ao RH definir a matriz de competências requeridas juntamente aos gestores de cada área. Outro fator essencial é manter a comunicação ativa durante todo o projeto, a fim de esclarecer os objetivos e manter os avaliados informados. É importante, ainda, salientar que a falta de preparo das pessoas para avaliar e dar feedback e a resistência de alguns colaboradores podem dificultar a adoção do modelo. No entanto, tal dificuldade pode ser mitigada através da capacitação prévia e conscientização.
O uso da tecnologia pode ser um acelerador, já que auxilia na identificação e armazenamento histórico das competências, além de permitir a geração de gráficos e relatório para análise.
Seguindo esse modelo a instituição poderá estruturar melhor os papéis profissionais e competências fundamentais para o negócio, aumentar a eficácia na execução das tarefas, identificar talentos e garantir que seus profissionais apresentem os diferenciais competitivos exigidos pelo mercado.
Assim, a gestão das competências é flexível o bastante para ser adotada em empresas de qualquer porte, desde pequenas organizações até multinacionais, mostrando ser viável e eficiente em múltiplos cenários.
Alguns poucos hospitais, já adotaram medidas voltadas para a gestão por competências e relataram melhorias significativas em termos de eficácia na execução das tarefas, reconhecimento e motivação dos funcionários, entre outros benefícios.
Em suma, cabe à empresa utilizar esses modelos num ciclo de melhoria continua no qual, a cada novo projeto ou ciclo de avaliação, novos indicadores deverão ser criados e os antigos re-avaliados, de forma a mensurar os resultados obtidos e planejar os próximos passos. E é dentro desse contexto que a gestão por competências busca a excelência corporativa e a satisfação daqueles que representam o maior bem de uma empresa: as pessoas

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

PARTICIPE Iº Seminário Brasileiro de Hospitais Públicos Geridos por Instituições Privadas

o Iº Seminário Brasileiro de Hospitais Públicos Geridos por Instituições Privadas, que acontecerá no Hospital Albert Einstein dia 29/11/2011.
O modelo de gestão de hospitais públicos por instituições privadas (no Brasil o modêlo de Organização Social é o prevalente) tem trazido grandes benefícios para os usuários do SUS,com melhora do desempenho dos serviços e redução de custos. Divulgar os resultados obtidos por esses hospitais é muito importante para o avanço e melhoria do sistema público de saúde no Brasil.
Abaixo o link da programação. Conto com vocês para participação e divulgação.

http://ensino.einstein.br/portal/con-deta-curs.aspx?UCAETurmCurs=mVX%252b3%252fsOEffmPuhnIWmtv%252fumWILlbM%252fe0QmxT8Vrl9FKu%252bUz7FO7TQ%253d%253d

Obs: visitem também o blog que esta com um novo texto:
http://saudeweb.com.br/blogs/a-geladeira-e-a-saude/

Os desafios da Gestão de Risco

O cenário atual apresenta inúmeros desafios para as organizações de saúde, principalmente no Brasil, que é apontado como sendo o segundo maior mercado de saúde privada do mundo pela (OMS).
Esses desafios podem ser traduzidos em ameaças, como o incremento das operações de fusões e aquisições que induzem a uma tendência de consolidação, o aumento da concorrência pela entrada de novos players ou ainda a escassez de mão de obra qualificada. Porém, desafios também podem sinalizar oportunidades, como ascensão social que provoca maior demanda por público que até então não faziam parte do mercado alvo de empresas privadas,ou ainda o aumento da expectativas de vida e a maior demanda por serviços de medicina preventiva .
A visão de oportunidades e ameaças obtidas a partir da avaliação das tendências do mercado reflete um dos  princípios do processo de gestão de Riscos. Definir e implantar as estratégias para tratar essa dicotomia podem representar a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma organização.Entretanto,para se chegar a esse resultado , é preciso dispor de infraestrutura e de metodologia adequadas.
Para compreender os requisitos de uma adequda infraestrutura para o processo de gestão de risicos.De acordo com a literatura técnica (a exemplo da norma ISO 31000), a definição de risco está diretamente associada à incerteza sobre o alcance dos objetivos de uma organização. Sendo assim,fica claro que para gerenciar riscos, é preciso, antes de qualquer outro passo, estabelecer quais são os objetivos.
A grande dificuldade para o setor de saúde é que ,apesar de representar parte significativa da economia ,com movimentação financeira que corresponde a aproximadamente 8 % PIB ,o desenvolvimento dos processos de gestão operacional e estratégica das organizações  públicas e privadas de saúde tem sido desproporcional ao montante financeiro que estas operam. Poucas organizações de saúde possuem objetivos claramente estabelecidos, traduzidos em metas quantitativas e qualitativas acompanhadas tempestivamente. Não é possível conceber um processo de gestão de riscos sem considerar a clara definições de objetivos, o que tecnicamente denominamos cadeia de valor. A célebre afirmação ‘”para quem não sabe para onde vai,qualquer caminho serve”, reflete bem esta interpretação.
Por outro lado, o sucesso do planejamento dependerá de um mapeamento criterioso dos eventos que podem comprometer essa cadeia de valor e da capacidade de gerenciar e responder a esses eventos adequadamente. Nesse aspecto, a incapacidade de prever tais eventos, que denominamos riscos, e definir uma estratégia de resposta, que pode ser representada por controles, é o principal desafio da gestão de riscos. O desafio é agravado pela diversidade de eventos, cujas naturezas podem variar entre riscos estratégicos, operacionais, financeiros e regulamentares.
Muitos desses eventos são provocados por falhas operacionais em processos inadequados , devido a fatores como:
1)     Falhas no desenho ou operação de controles internos.
2)     Técnicas de controles manuais (ex: planilhas eletrônicas).
3)     Sistemas de gestão informatizados não aderentes às necessidades operacionais ou não seguros.
4)     Ausência de normas e limites de alçada definidos.

Neste contexto, podemos afirmar que a ausência de um direcionamento claro e divulgado para o alcance dos objetivos (lei-se “planejamento estratégico” e “ metas mensuráveis”), o desconhecimento dos eventos que podem comprometer o alcance dos objetivos e como responder a esses eventos( leia-se “infraestrutura de gestão de riscos”) representam uma deficiência de gestão que pode representar a diferença entre o sucesso e o fracasso da organizqação, devendo ser objeto de dedicação de esforços e recursos das instituições de saúde.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Beneficência planeja elevar receita com serviços privados

Com 60% do atendimento destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS), a Beneficência Portuguesa está avançando em sua estratégia de captar recursos por meio de planos de saúde e pelo seu hospital premium, o São José, para cobrir a defasagem do repasse do governo, que paga apenas 40% das despesas médicas da Beneficência Portuguesa.
Nesse sentido, a Beneficência planeja construir uma nova torre para o São José - hospital inaugurado em 2007 com a finalidade de ter seus rendimentos revertidos para cobrir as despesas da própria Beneficência. O novo prédio terá entre sete e nove andares e será exclusivamente oncológico. O valor do investimento ainda não foi fechado, uma vez que estão sendo realizados estudos de viabilidade econômica do empreendimento, que poderá captar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Nos últimos cinco anos, o superávit da Beneficência Portuguesa caiu de R$ 59 milhões (US$ 30,6 milhões) para R$ 6,5 milhões (US$ 3,7 milhões) - mesmo com a receita aumentando cerca de 40% no período.
Diante da queda constante na última linha do balanço, o sétimo filho do empresário Antonio de Ermírio de Moraes - que comandou a Beneficência Portuguesa por cerca de 40 anos - viu que não era mais possível esperar um reajuste maior na tabela do SUS. "No apagar das luzes do governo Lula, foi criada uma portaria que torna a vida das filantrópicas da saúde ainda mais difícil. Agora, 60% dos procedimentos médicos precisam ser internação", diz Rubens de Moraes.
Em 2009, Rubens iniciou um programa de investimentos de R$ 160 milhões (US$ 100 milhões), sendo que R$ 70 milhões (US$ 43,8 milhões) já foram aplicados. Trata-se do maior aporte destinado à infraestrutura da Beneficência já realizado na história do hospital, fundado em 1853. Entre as melhorias, estão a modernização dos apartamentos e do pronto-socorro, entre outras áreas. A ideia é atrair pacientes de planos de saúde que representam 30% no volume de atendimentos, mas respondem por 66% da receita, que somou R$ 482,3 milhões (US$ 274 milhões) no ano passado.
Como a Beneficência já está com uma taxa de ocupação de 75% e o São José já conta com 85% dos leitos ocupados, a estratégia é expandir o São José com um plano de ação bastante agressivo. O São José "tirou" do Sírio-Libanês médicos medalhões da área de oncologia como Carlos Buzaid, Fernando Maluf e Riad Younes. "Nossa taxa de ocupação no ano passado era de 50%. Com a nova equipe de oncologistas, aumentou para 85%. Por isso, estamos planejando um prédio só para oncologia", explicou Julio Braga, superintendente do São José, ex-executivo do Hospital Sabará e da Medial

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Como aumentar a rentabilidade da unidade hospitalar

As unidades hospitalares vivem atualmente um desafio crescente de aumento da qualidade da prestação de seus serviços assistenciais simultaneamente ao incremento de suas margens financeiras, de forma a viabilizar a sua atuação em um setor cada vez mais intenso em atualizações tecnológicas.
Há ainda muito o que se evoluir, mas a melhoria da qualidade de prestação de serviços tem sido crescente nos últimos dez anos, tanto na área pública quanto na área privada, e pode ser sentida pelo crescimento do número de instituições que alcançaram certificações concedidas por organismos nacionais e internacionais.
Entretanto, no que se refere à compatibilização da melhoria de seus resultados assistenciais com a melhoria dos resultados financeiros, o desafio ainda continua distante de um equilíbrio. Os hospitais vivenciam o desafio de conviver com margens cada vez mais apertadas em um cenário de crescente inflação médica.
Para buscar este equilíbrio, torna-se vital a estruturação das unidades hospitalares a partir da visão de sua cadeia de processos. Essa cadeia é formada por dois macroprocessos que se interrelacionam: o finalístico, ligado diretamente à prestação dos serviços; e o de apoio, que envolve um conjunto de processos de apoio técnico, logístico e administrativo-financeiros. A complexidade da gestão desta cadeia é garantir o interrelacionamento entre os fins e os meios, de forma a minimizar os prazos de atendimento, garantir a segurança do paciente e evitar escassez ou ociosidade dos serviços.
Para isso, é necessário que se adote uma cesta de indicadores fins e indicadores meio que possam ser desdobrados de forma a se compatibilizar a mensuração do resultado financeiro em sintonia com os resultados assistenciais. Esse desdobramento é fundamental para que se melhore o entendimento da equipe assistencial e da equipe de apoio de que bons resultados na área assistencial podem ser acompanhados da melhoria dos resultados financeiros.
Como exemplo, o indicador financeiro de faturamento do hospital pode ser desdobrado de forma a que se identifiquem, também através de indicadores, as principais variáveis envolvidas em sua formação. Assim, pode-se relacioná-lo com o número de pacientes-dia, com o faturamento por paciente-dia, e assim por diante, até se alcançar o indicador assistencial de tempo médio de permanência do paciente. Ou seja, através do correto desdobramento de um indicador, pode-se deixar claro para as equipes assistenciais e de apoio em que medida, garantida a segurança do paciente, a redução do tempo médio de permanência permitirá o crescimento do número de pacientes totais e, consequentemente, do faturamento do hospital.
Implantada a cadeia e seus indicadores, o próximo passo é iniciar-se a identificação de lacunas de desempenho assistencial e financeiro de forma a permitir a priorização das ações de melhoria da operação do hospital. Esta identificação deve ser feita a partir da análise do desempenho histórico do indicador e também do comparativo com melhores práticas de outros hospitais comparáveis.
Identificadas as lacunas e definidas as metas de desempenho, as equipes assistenciais e de apoio definirão planos de ação para alcance dos resultados, que serão monitorados por cada nível gerencial envolvido em sua execução. Ou seja, todos os gestores terão metas que façam sentido no desempenho da organização como um todo, e essas metas serão acompanhadas pelo conjunto dos gestores da organização, do nível hierárquico mais básico até a alta administração, num acelerado processo de disseminação de uma cultura de gestão.
Finalmente, um processo como esse torna-se a melhor base para o estabelecimento de modelos de remuneração variável, pois permite a avaliação do desempenho de cada gestor a partir de metas estabelecidas e garante a implantação da meritocracia na organização. Isso, por sua vez, tende a melhorar ainda mais os resultados alcançados, em um ciclo virtuoso que beneficia pacientes, funcionários, proprietários e a sociedade como um todo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A IMPORTÂNCIA DA ONA

No Brasil, o usuário ainda faz a escolha do hospital, clínica ou laboratório em função da cobertura do seu plano de saúde. Outros critérios comuns são a facilidade de acesso ou a indicação de um amigo ou familiar. Mas estes não são critérios ideais, pois não se baseiam na qualidade ou segurança dos serviços prestados.
Não existe estatística nacional que compare os números referentes a qualidade dos serviços de saúde, mas a estimativa é de que são feitas 4 milhões de internações anualmente nos hospitais privados e 11 milhões no SUS. Desses pacientes, 48% sofrem de complicações que poderiam ser evitadas se fossem observados os protocolos de segurança do paciente, um dos princípios orientadores dos manuais de acreditação. Em um dos hospitais privados acreditados pela ONA – Organização Nacional de Acreditação, por exemplo, o índice de infecção hospitalar, em uma das UTIs, passou de 7% para menos de 1% em menos de dois anos. Na mesma instituição, a pneumonia associada a ventilação mecânica, caiu de 9% para 2% no mesmo período.
Poucas pessoas sabem o significado da acreditação, mas as próprias instituições de saúde começam a perceber que além de oferecer um serviço diferenciado, com maior qualidade e segurança para seus usuários, também são beneficiadas com a melhora da reputação no mercado e com a redução de despesas decorrentes de práticas erradas.
A redução de problemas causados por erros médicos é um dos principais resultados da acreditação  , um mecanismo que estimula o aprimoramento constante dos processos, com o objetivo de garantir a qualidade na assistência à saúde  pois os manuais do Sistema Brasileiro de Acreditação focam principalmente a segurança do paciente. Dessa forma, o processo de acreditação de um serviço de saúde promove um controle maior dos riscos clínicos e não clínicos, e uma maior qualidade dos serviços prestados.
O selo é uma indicação de que a instituição segue uma padronização e se preocupa com a qualidade em tudo o que faz para evitar a ocorrência de danos à saúde. Sua obtenção é uma consequência da conformidade com os padrões definidos pela metodologia da acreditação. Além disso, a renovação periódica da acreditação, geralmente em torno de dois anos, é uma garantia de que existe um controle de qualidade sobre os serviços certificados, que devem estar sempre se aprimorando para alcançar níveis cada vez mais avançados de certificação.
Embora a acreditação seja uma opção voluntária dos serviços de saúde, temos o exemplo da iniciativa do Ministério da Educação, com a criação do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários que estabeleceu a acreditação como meta para as instituições dessa natureza a partir de 2010. A preocupação se justifica: um estudo realizado há cerca de 10 anos chegou a conclusão que ocorre uma morte a cada 200 internações e isso acontece principalmente por falha humana ou por infecção hospitalar.
Os erros médicos ocorrem por diversos motivos: excesso de carga de trabalho falta de capacitação de colaboradores, quadro de funcionários não compatível com a demanda do serviço, sistematização de processo que não pressupõe ações de segurança na assistência, ausência de organização e formalização dos processos de trabalho.
As principais ocorrências apontadas em trabalhos nacionais e internacionais são relacionadas a cirurgia em parte errada do corpo, erros de medicação, erro nos resultados de exames, falhas de equipamento ou  engano do tipo de sangue durante a transfusão. Para evitar que aconteçam a instituição precisa estabelecer processos de trabalho que funcionem como verdadeiras barreiras a essas ocorrências.
 Sabe-se que o ser humano comete erros, cabe ao processo estabelecer formas de reconhecê-los antes de que seja causado dano ao paciente.” Entre esses procedimentos ela cita alguns exemplos: definir sistema de checagem do local ou membro a ser submetido a procedimento cirúrgico por mais de um colaborador, em diferentes momentos que antecedem à cirurgia; perguntar o nome ao paciente antes da infusão de medicamentos; realizar a verificação de ausência de alergias por mais de um profissional; definir pela manutenção preventiva periódica de todos os equipamentos do serviço de saúde e realizar testes de qualificação sistemáticos dos equipamentos laboratoriais. 
A profissional da ONA explica que a acreditação tem uma série de padrões de qualidade exigidos, o que permite a organização do serviço, a definição, otimização e controle  dos processos internos, além de incentivar boas práticas e promover a definição de protocolos assistenciais, ratificando um modelo de gestão e permitindo a melhoria evidente dos resultados.
Os procedimentos, recomendações e exigências são estabelecidas em cada nível da certificação, O Nível 1 Consiste na existência de processos que procuram garantir a segurança do paciente. O Nível 2 - Gestão integrada, envolve o acompanhamento das barreiras de segurança definidas, dos principais processos desenhados e dos protocolos implantados. Deve existir uma análise crítica dos controles de processo e análise de resultados, assim como de processos e de protocolos assistencias, com o estabelecimento de planos de ação e de melhorias. Neste nível a interação entre os setores deve ser evidenciada.
O terceiro estágio obtido na acreditação é o Nível 3 - Excelência em gestão isso ocorre quando a instituição já incorporou o acompanhamento e a análise crítica de processos e resultados assistenciais e os ciclos de melhoria acontecem de forma sistemática. As informações são utilizadas para as tomadas de decisão e as diversas áreas trabalham alinhadas ao planejamento estratégico da instituição.Os padrões estabelecidos para os três níveis são de complexidade crescente e correlacionados, de modo que, para se alcançar um nível de qualidade superior, os níveis anteriores devem ser totalmente atendidos.
Na busca da segurança do paciente, a iniciativa da ONA é muito importante primeiro por que considera o perfil nacional das instituições e suas especificidades regionais e de financiamento, sem comprometer a qualidade e validade da metodologia. Por se propor a ser um processo educativo, o Sistema Brasileiro de Acreditação possui níveis a serem alcançados ao longo do processo de acreditação, sendo este um fator de estímulo para a organização de saúde na busca pela melhoria contínua. Outro fato relevante é da metodologia não ser prescritiva, ou seja, ela não define método. Cada instituição deve encontrar a melhor forma de cumprir os padrões exigidos.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Encontros de Saúde Corporativa 2011

Encontros de Saúde Corporativa 2011: Três eventos sequenciais, com palestrantes internacionais e brasileiros, que acontecem no auditório do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo (à Rua Coronel Nicolau dos Santos, 69). Veja as datas e reserve já sua agenda. .
Acesse http://www.cph.com.br/

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Avaliação de desempenho na Gestão de Estoque

José Renato Condursi Paranhos
A avaliação de desempenho é uma atividade permanente e fundamental, não só para a
Gestão de Estoque como para qualquer outra função.
Através dos índices de avaliação podemos aferir a qualidade e efetividade das nossas
ações, verificar o cumprimento dos objetivos e metas e analisar se a evolução dos níveis
de estoques é compatível com as diretrizes da Política de Estoques.
O acompanhamento dos indicadores permite a correção de disfunções observadas e é
uma das informações principais para a gerência manter constantemente atualizado o
Planejamento do Suprimento, identificando a necessidade de revisão de metas e até a
adequação dos objetivos determinados.

INDICADORES

a - Rotatividade dos Estoques (giro)
Número de vezes que o estoque é renovado em um período de tempo. Deve ser
calculado para:
- estoque global (índice principal)
- estoque de demanda probabilística
- itens de maior valor de consumo

b - Cobertura dos Estoques
Número de períodos de tempo que estoque médio atende ao consumo médio
calculado. Deve ser calculado para:
- estoque global
- estoque de demanda probabilística
- ítens de maior valor de consumo

c - Nível de Serviço
Grau de atendimento das demandas.
→ deve também ser explodido por nível de criticidade
→ alternativamente, medir o nível de atendimento por cliente

d - Tempo de Antecipação de Estoque (TAE)
Intervalo de tempo entre a data em que o material é colocado à disposição do usuário
e sua data prevista de utilização.
Administração de Materiais e Qualificação de Fornecedores em Saúde
35

e - Tempo de Permanência sem Utilização (TPU)
Intervalo de tempo em que o item adquirido é mantido em estoque após a sua data
prevista de utilização.

f - % Itens sem consumo
Percentagem da quantidade de itens e valor do estoque sem movimentação para
consumo a n períodos de tempo.
g - Outros indicadores
→ valor do reaproveitamento de materiais inativos



QUADRO DE SITUAÇÃO
Valor dos estoques
  • · Total
  • · Ativo/Inativo
  • · Sem Consumo
  • · Por Unidades formadoras
Valor das Compras
  • · Para estoque
  • · Consumo direto
  • · Por metodologia de compra
Valor de Transferências
  • · Recebidas
  • · Expedidas
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Custos de Suprimento
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domingo, 11 de setembro de 2011

Gestão da Logística de Suprimentos

José Rento Condursi Paranhos
Uma boa Gestão da Logística de Suprimentos tem um forte impacto num hospital. Numa altura em que se fala tanto na importância de se eliminar desperdícios na Saúde, a Gestão da Logística de Suprimentos pode ter um papel decisivo na gestão desses desperdícios.
Com as novas tecnologias da informação, os hospitais estão a modernizar os sistemas em Gestão da Logística de Suprimentos.
Eliminando esses desperdícios, a qualidade melhora e o tempo e custo de produção diminui.
Sendo as atividades de suprimento de cada segmento de mercado,e até no nível de cada empresa,seguem alguns pdrões determinados pelas características dos negócios,da competividade do segmento,dos valores envolvidos,da reprensentividade dos custos de suprimento no custo total e das consequencias e importância do processo de suprimento pra desenvolvimento das atividade-fim das organizações.
A atividade de suprimento em hospitais não possui referenciais de organização e estruturação funcional que permitam a execução do projeto de avaliação do estágio da atividade simplesmente adotando uma linha fundamentada em modelos já disponíveis no mercado,que não significa que não seja relevante.
Há desensores da tese que  logística só é importante para empresas de manufatura.Entretanto, a logística é um componente importante nas operações de qualquer tipo de empresa,como varejista,atacadistas e outros prestadores de serviços.
A Gestão da Logística de Suprimentos em Organizações Hospitalares explicita e define todas as atividades necessárias,agrupadas em processos,que permitem um visão integrada da Logística de Suprimento,e que, se executadas adequadamente,garantem o atendimento das necessidades de materiais em Organizações Hospitalares.
Para cada processo,define os objetivos que justificam a sua existência na Logística de Suprimento, identifica as atividades básicas associadas e indica as melhores práticas de cada função,que representam os fatores críticos de sucesso.
A missão da Logística de Suprimentos é planejar e coordenar todas as atividades necessárias para alcançar níveis desejáveis dos serviços e qualidade ao custo baixo possível,sendo o elo de ligação entre o mercado e as atividades operacionais,promovendo a integração interna e externa.O desafio é equilibrar as expectativas de serviços e os gastos de modo a alcançar os objetivos do negócio.
A missão do sistema logístico deve ser avaliada em termos de custo total e desempenho operacional.A avaliação do desempenho diz respeito à disponibilidade de destoque,a capacitação operacional e à qualidade do trabalho executado.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O desafio da Gestão do Estoque hospitalar

José Renato Condursi Paranhos
A gestão dos estoques compreende o planejamento e a programação das necessidades e o controle dos materias que são adquiridos e armazenados para utilização futura,a fim de atender as demandas de usuários diversos. Trata-se de uma função que adiciona o valor de tempo aos negócios de uma organização,sendo de importância crucial para uma organização hospitalar,na qual esse valor é essencial.
O atendimento das necessidades de material dos clientes do suprimento é realizado,de modo geral, de duas forma:
  • Obtenção do material;
  • Uso do estoques existentes.
A situação ideal seria aquela em que não houvesse necessidade de formar estoques,que representam imobilização de capital circulante.Entretanto,o mercado fornecedor, na grande maioria das vezes, não pode atender de forma imediata ás necessidades de seus clientes.Assim, a manutenção de estoques dos materiais necessários ao atendimento das demandas é imprescindível para evitar paralisação das atividades operacionais que gerem prejuízos ou comprometam a segurança de pessoas e do meio ambiente.No ambiente das organiazações que lidam com saúde ,os estoques são elementos essencial no atendimento dos pacientes.Incluem-se aí estoques de todos os tipos de materiais ,desde medicamentos até itens de uso comum e baixo custo,como algodão,por exemplo.
A gestão dos estoques pode ser definida como a função responsável pelo planejamento,previsão,controle da formação,manutenção e demobilização de estoques,de acordo com os níveis de investimentos e de serviço estabelecidos na política de suprimento de uma organização.
O desafio da gestão de estoques é portanto,conseguir o equilíbrio entre a necessidade de minimizar os dispêndios em estoques e ,ao mesmo tempo,garantir a satisfação do cliente, atendendo suas necessidades de forma adequada.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

ONA lança Selo de Qualificação e Manual dos Serviços para a Saúde ainda em 2011

O manual para avaliação e certificação dos Serviços para a Saúde - Selo de Qualificação ONA, Organização Nacional de Acreditação, está em fase de conclusão e a previsão é que seja disponibilizado entre outubro e novembro próximo. O novo instrumento é dirigido aos serviços de apoio às organizações prestadoras de serviços para a saúde (OPSS), como os serviços de processamento de roupas para serviços de saúde; serviços de esterilização e de reprocessamento de materiais; serviços de manipulação de drogas antineoplásticas e de dietas parenterais e serviços de dietoterapia.
Para obter o Selo de Qualificação ONA - que terá validade de um ano – os serviços devem atender aos requisitos de elegibilidade: se enquadrar no conceito de Serviços para a Saúde, conforme determina a Norma para o Processo de Avaliação específica; estar legalmente constituído há pelo menos um ano; possuir CNPJ distinto de qualquer OPSS; possuir alvará de funcionamento; licença sanitária; licenças pertinentes à natureza das atividades; registro do responsável técnico, conforme o perfil do Serviço para a Saúde (SPS); e ter a estrutura e processamento do produto totalmente independente da organização prestadora de serviços de saúde do cliente.
O novo instrumento de avaliação foi desenvolvido por um Comitê Técnico formado por profissionais com experiência em acreditação na área de saúde e ficou disponível para consulta pública, no portal da ONA, o que representa um modelo participativo nesse processo. O resultado da consulta, que recebeu 54 contribuições, serviu para consolidar o manual e desenvolver as Normas para o Processo de Avaliação (NAs) desses serviços.
O instrumento de avaliação para o Selo de Qualificação ONA é composto de seções e subseções, onde para cada subseção existe um padrão – que têm como princípio a Gestão com Foco na Segurança - que deve ser integralmente atendido. O Manual Brasileiro de Acreditação para o Selo de Qualificação ONA inclui quatro seções - Gestão e Liderança; Processamento e Liberação; Apoio; e Infraestrutura – permitindo que a organização seja avaliada com consistência sistêmica. As subseções tratam do escopo específico de cada serviço ou processo, atribuindo a todos o mesmo grau de importância dentro do sistema de avaliação.
O Selo de Qualificação ONA, se constitui em um método de avaliação periódico e reservado que, apesar de voluntário, busca assegurar a qualidade do serviço por meio de padrões previamente definidos, caracterizando-se, essencialmente, como um programa de educação continuada. O manual a ser lançado em breve é o 3º Volume da Coleção Manual Brasileiro de Acreditação ONA, que hoje conta com o Manual das Organizações Prestadoras de Serviços de Saúde (Volume 1) e com o Manual de Programas de Saúde e Prevenção de Riscos (Volume 2). O novo instrumento de avaliação é também uma evidência concreta de progresso e vigor do Sistema Brasileiro de Acreditação em poucos anos de aplicação da metodologia, associando consistência técnica, reconhecimento e credibilidade pública.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Clima Organizacional na Saúde

José Renato Condursi Paranhos
Atualmente, as pessoas são consideradas uma das partes mais importantes de uma organização. Tanto a moderna literatura científica como os meios administrativo e econômico entendem essa força como a constituição primordial de uma empresa, denominando-a de
capital intelectual.
Contudo, ao se analisar que organizações são constituídas por pessoas, deve-se também considerar o fato de que esses seres possuem necessidades sociais e são dotadas de percepções, sentimentos e idéias. A maneira como as pessoas interagem geram resultados e conseqüências em suas atividades cotidianas, interferindo de modo preponderante na forma como executam seu trabalho e se relacionam com as instituições as quais estão vinculadas.
Diante do que fora exposto, as organizações devem estar alertas para tal situação e tentar compreendê-la, para que assim, possam se manter em posição competitiva e sobreviver aos desafios impostos por um mercado cada vez mais exigente. Em resposta a esse contexto,se criou o uso da Pesquisa de Clima Organizacional como uma ferramenta eficiente, capaz de mensurar uma variável abstrata e, que se tratada da forma correta contribui para o bom funcionamento das empresas.
A Pesquisa de Clima Organizacional irá avaliar um conjunto de características do ambiente percebida pelos indivíduos nele inseridos, interferindo no modo como estes se comportam em relação ao seu trabalho.
O relacionamento entre empresas e funcionários ainda é um fator que não apresenta esforços significativos, quando este é tratado em comparação ao relacionamento empresa-cliente.
Como maneira de intervir de forma positiva nessa situação vem a Pesquisa de Clima Organizacional, visto que a mesma possui a capacidade de identificar itens
que prejudicam o funcionamento eficiente de uma instituição no que tange a questão ‘Colaboradores’.
O clima organizacional é a propriedade percebida pelo colaborador no seu ambiente de trabalho, ou seja, é aquilo que as pessoas acreditam que esteja ocorrendo em seus locais de trabalho, influenciando diretamente no modo como os mesmo se comportam em relação a este e às demais pessoas nele inseridas,assim  pode-se afirmar que com um clima organizacional favorável, tanto empresas como funcionários são favorecidos, ao passo que, se este for desfavorável todos perderão.
A construção de um Clima Organizacional saudável é tarefa de toda a organização e a consolidação da mesma dá ao colaborador uma sensação de maior comprometimento para com a empresa, o que faz com que o mesmo se sinta mais motivado e tenha uma maior
sensação de pertencimento à instituição a qual exerce suas funções.E você já respondeu a pesquisa de clima?E com o resultado tive um plano de ação?O que o hospital ou empresa que você trabalha esta fazendo para melhorar o clima organizacional?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Fidelizar clientes é um desafio na Saúde

Os hospitais particulares estão ganhando cada vez mais sua merecida importância no sistema de saúde brasileiro, pois sabemos da decadência do poder público nesse setor. E para vencer nesse mercado é preciso desenvolver um diferencial capaz de fidelizar aqueles que por alguma eventualidade precisarem da assistência médica específica ao seu caso. O que fazer para que todas ocasiões de emergências, fatalidades ou pequenos males a pessoas logo procure o seu hospital? Qual seria o diferencial de um hospital poderia ter em relação aos outros?
Primeiramente, vamos analisar o contato, paciente – hospital, podemos considerar até o mais importante, pois é neste momento que a organização recebe o seu cliente e pode  decepcionar ou agradá-lo. A recepcionista deva está preparada emocionalmente para se deparar com vários casos, pois as pessoas que procuram este segmento estão, em muitos casos, incomodadas com algum tipo de ‘’ dor ‘’ e necessitam imediatamente ser curadas. O colaborador         que exerce esta função deva recepcionar com cordialidade, total ética e com simpatia.
Imagine chegar a um hospital com uma alergia que o deixa totalmente zangado e com constrangimentos, porém você se depara com uma recepcionista que parece que comeu suchi estragado, que não lhe atende com atenção e mal lhe deseja uma boa noite. Sua reação vai ser de desconforto, parece que sua dor aumenta e finalmente sua face começa a ficar enrugada. A conseqüência é clara, essa pessoa nunca mais pisará neste hospital. Qual tipo de atendimento ideal que seu cliente está realmente necessitando?
Eu em particular sugiro:
- Atender começando com um bom dia, boa tarde ou boa noite e só depois dizer em que posso ajudá-lo? Nunca fale ‘’ Pois não ‘’ Palavras negativas são inapropriadas.
- Atenda com um sorriso mostre a pessoa que você está pronta para pestar um excelente atendimento.
- Procure sempre atender de forma a cativar a pessoa, ter excelente comunicação verbal, sem pressa para falar e evitar a palavra ‘’ não ‘’.
- Ao final do atendimento ofereça um cafezinho, água ou chá caso não tiver seja cortês pedindo a pessoa ‘’ por gentileza, poderia aguardar um pouco, logo chamarei o Sr ou Sra. para ser atendido? ‘’. Finalize com um sorriso e dizendo muito obrigado.
Empresas médicas devam se preocupar primordialmente pela qualidade do atendimento, humanizando filas, evitar demoras no atendimento e menos burocracias. Quando procuramos um hospital ou clínica buscamos pela qualidade no atendimento do médico/recepcionista, ambiente seguro e saudável, conforto e principalmente a paz, sempre buscando a cura definitiva para o problema de saúde.
Agora em relação ao que fazer para que a pessoa que veio a sua clínica ou hospital seja sempre fiel a sua empresa.
São 3 fatores que fidelizam clientes neste ramo:
Atendimento (Recepção): sempre agradável; cortês; simpático, as vezes terá que ser compreensivo em alguma situação; disponibilizar alguma leitura para que o paciente leia enquanto não atendido pelo médico.
Atendimento (Médico): imparcial; agradável, sem aquela cara que não dormiu a 3 noites; empreendedor, fazendo com que o cliente se encante com o seu atendimento e hospitalidade; se possível imprima alguma cartilha que faça com que a pessoa evite esse tipo de doença, assim estará pensando na saúde do paciente no hoje e no amanhã.
Ambiente: sempre transmitindo paz, tranqüilidade; coloque um som que transmita a paz como som de águas, pássaros ou mesmo algum tipo de música que transpire a serenidade; evite barulhos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

"Acreditação em Saúde" de excelência e qualidade não são obtidas apenas por atos, mas por hábitos.


Com 13 anos de funcionamento, o Hospital Geral Barra D’Or, instituição privada instalada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, é considerado pelos especialistas como um exemplo de sucesso entre os hospitais acreditados. Um dos resultados concretos obtidos após a adesão aos protocolos estabelecidos pela acreditação foi a diminuição dos indices de infecção e também foi observada melhora de resultados clinicos com menor tempo de internação. Com isso o gasto do paciente em termos financeiro teve uma diminuição na ordem de 40%.
Esse é um dos exemplos dos resultados das boas práticas adotadas pelo Barra D’Or. O processo de acreditação teve início em 2005 e hoje o hospital conta com a certificação da ONA, Nível 3, além da International Accreditation Canada, ambas revalidadas no ano passado. Segundo sua diretora geral, Martha Savedra, independentemente da certificação, o que o hospital está buscando é o aprimoramento dos processos e sua revisão constante, com o objetivo de garantir qualidade de assistência e, consequentemente, diminuir os riscos para os pacientes.
“A acreditação hospitalar não está validando um produto final, mas as boas práticas médicas, o controle interno, além de verificar se existe um modelo de gestão comprometido com isso, de forma a aumentar a possibilidade de bons resultados finais e de garantir a segurança do paciente”, analisa a médica. “O que se busca com a certificação é melhorar a qualidade e a segurança dos serviços prestados”.
Na sua avaliação, excelência e qualidade não são obtidas apenas por atos, mas por hábitos que devem ser consolidados a partir de uma cultura estabelecida pela instituição acreditada. “Em síntese, é isso que a certificação faz: a instituição acreditada está o tempo todo tentando melhorar seus índices e isso envolve desde o funcionário da limpeza até o neurocirurgião mais renomado. Ou seja, a gestão de qualidade para se obter e manter a acreditação hospitalar tem que ser multiprofissional e não o trabalho de uma pessoa só”, resume Martha Savedra.
A partir do controle e acompanhamento de todas as práticas estabelecidos pelo modelo de gestão, segundo ela, um hospital acreditado tem a capacidade de conhecer a epidemiologia do seu paciente e desenhar protocolos específicos para esses atendimentos. “Se o perfil da clientela é de idosos, por exemplo, provavelmente haverá uma maior incidência de problemas respiratórios e é preciso focar a atenção na prevenção de complicações comuns nesses pacientes, entre as quais a infecção hospitalar,” ensina a dirigente do Barra D’Or. “Isso é possível com a criação de uma cultura que busque a melhora continua do atendimento, o aprimoramento dos processos e o monitoramento constante dos procedimentos, resultando também na racionalização dos recursos e na melhora da relação custo-benefício.”
O melhor desempenho não beneficia apenas o hospital mas se reflete também nos custos para o paciente que, com menos tempo de internação, gastará menos com o tratamento. “O importante é enraizar o conceito de que todos ganham com isso”, avalia a médica. “É bom para o paciente, para a instituição, para o profissional e para a medicina, na medida que se reflete positivamente no serviço prestado com conhecimento e segurança na aplicação de novas práticas.”
No caso do Barra D’Or, Martha Savedra confirma os bons resultados apresentando números que demonstram a redução das ocorrências de infecção hospitalar e outras complicações, conforme gráficos ilustrativos. “Quando você cria protocolos e estabelece metas, buscando mecanismos para isso, melhora a qualidade na assistência e também obtém redução de gastos, inclusive com UTI, na medida que evita agravamento do quadro do doente”,

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Tutela antecipada e o perigo de irreversibilidade na saúde

José Renato Condursi Paranhos
Muito tem sido discutido sobre a crescente demanda de procedimentos judiciais, tendo por objeto o fornecimento de medicamentos, a realização de cirurgias, dentre outros assuntos afeitos à área da saúde.
O tema tem sido constantemente discutido no Conselho Nacional de Justiça, também em  seminários e encontros.Ocorre que recentes decisões dos Tribunais de Justiça levantam algumas questões que, sem sombra de dúvidas, merecem um maior aprofundamento.
Mas, antes de se adentrar ao tema deste artigo, deve-se frisar que não se ataca aqui o mérito da questão, qual seja, a determinação da medida antecipatória da tutela. Analisa-se, sim, em especial, a motivação utilizada pelo Tribunal para fins de reconhecimento de situação de perigo de irreversibilidade da medida em caso de improcedência do pedido autoral.
Em relação ao direito, sabe-se que o deferimento da antecipação de tutela pressupõe o atendimento dos requisitos respectivos. E estes consistem em estar o juiz convencido da verossimilhança das alegações da parte ativa diante de prova inequívoca não bastando apenas a aparência de direito. E ainda é necessária a presença do periculum in mora e que a medida seja reversível.
O art. 273, § 2º, do CPC veda a concessão da antecipação da tutela, quando houver perigo de irreversibilidade do provimento.
Sendo assim acredito que os estudos processuais das tutelas de urgência necessitam ser repensados.
A tutela de urgência é o gênero de medida judicial na qual estão inseridos os provimentos da tutela cautelar, das diversas liminares, das tutelas antecipatórias e das inibitórias.
Neste ensaio falo especificamente sobre a flexibilização dos requisitos da tutela antecipada genérica especialmente do § 2º, do art. 273, do CPC e do perigo da concessão açodada desta, propondo a conjugação de princípios constitucionais para aperfeiçoamento da urgência.
A tutela antecipada atualmente é basicamente estudada em si mesma e segundo os planos meramente formais e processuais.
Proponho uma mudança de paradigma no estudo da tutela antecipada, principalmente, explorando o seu aspecto valorativo e sua adequação a Carta Magna.
Compreendo que, não pode o julgador ao apreciar os requisitos legais encetados no art. 273 do CPC se limitar a fazer uma "lista de checagem" ou uma "chamada oral" dos requisitos legais e simplesmente deferir ou indeferir o pleito requerido.
São necessárias interpretações valorativas, corretivas, proporcionais e razoáveis da norma processual civil, bem como das verificações das hipóteses e situações em que as tutelas de urgência podem ser concedidas sem a ouvida da parte adversa.
O processo deve ser estudado com base no plano valorativo e até mesmo sociológico.
O art. 273 do CPC necessita ser estudado com aplicação da interpretação corretiva como forma de aperfeiçoar a afetividade da antecipação.Agora é necessária uma analise valorativa da norma em relação aos seus requisitos diante dos ditames constitucionais.
Observa-se resumidamente os requisitos legais da tutela antecipada genérica (art. 273 do CPC), veja-se:
a) requerimento da parte;
b) prova inequívoca capaz de convencer o julgador da verossimilhança da alegação;
c) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou caracterização do abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu; e,
d) inexistência de perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.
Processualmente todos os requisitos legais acima referidos têm o mesmo "peso", posto que o CPC não faz distinção entre eles, entretanto, no plano valorativo, creio que podem ser flexibilizados os rigores formais e processuais.
A valoração do julgador sobre os requisitos da tutela antecipatória deve partir dos limites da inexistência de perigo de irreversibilidade do provimento antecipado diante da interpretação corretiva.
Sendo certo que inexiste no nosso ordenamento jurídico direito absoluto, também, pode-se afirmar que não há restrição ou limitação absoluta.
O CPC ensina que não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.
Então, o que deve fazer o julgador quando a concessão da antecipação da tutela implicar em real irreversibilidade do provimento antecipado e não apenas o perigo exigido pela norma?
a) indeferir, de plano, o pedido de antecipação de tutela e cumprir a letra fria da lei;
b) ou, corrigir a limitação da regra e decidir pelo deferimento ou não do pleito com base em princípios constitucionais.
Compreendo que, na analise corretiva e valorativa dos requisitos da tutela antecipada deve o julgador priorizar a dignidade humana, o direito à vida  e os diretos da personalidade